Pular para o conteúdo principal

LUCRO: A EXTORÇÃO DO MAIS-VALOR NOS PORÕES DO MERCADO- “O dinheiro que parece fazer dinheiro”


“O dinheiro que parece fazer dinheiro”
O livro I de O Capital, sobre o processo de produção, sobre o que se passa no local de trabalho, chama a atenção para a relação da exploração (a extorsão do mais-valor nos porões do mercado, onde se elucida o prodígio do dinheiro que parece fazer dinheiro, fertilizar a si mesmo em mistério tão fantástico quanto a imaculada conceição).

O PRODÍGIO: “DINHEIRO, QUE PARECE FAZER DINHEIRO”
Esse fato advém da separação entre o trabalhador e seus meios de produção, entre o camponês e a terra, entre o operário e as máquinas e ferramentas, transformadas e propriedades exclusivas do patrão.

A forma simples de circulação das mercadorias é M-D-M, vender para comprar. Mas há outra forma, completamente distinta: a forma D-M-D, comprar para vender. O dinheiro que percorre este último círculo é capital. A forma D-M-D faz sentido apenas se existir um ganho. Caso contrário, mais valeria manter o dinheiro inicial, em vez de o expor ao risco. Deve ser descrita, portanto, como D-M-D’, em que D’=D+ΔD. Surge um excedente, ou mais-valia, ΔD. A forma D-M-D é a formula geral do capital. A circulação simples, vender para comprar, tem como objetivo a obtenção de valor de uso. A circulação de dinheiro como capital tem o objetivo de obtenção de uma mais-valia. Não tem limite: quanto mais, melhor.












____________________________________________
Texto original: Marx, manual de instruções.
Edição: Blog um quê de Marx
Licença Creative CommonsÉ permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CHARGE: A indústria e a alienação do trabalho

A indústria e a alienação do trabalho A charge de Caulos, de 1976, apresenta uma crítica bem humorada ao processo de alienação do trabalho sofrido pelos operários nas fábricas. Fonte original: Caulos. Só dói quando eu respeiro. Porto Alegre: L&PM, 1976.p. 65. Digitalização: Fernanda E. Mattos, autora e colunista do blog Um quê de Marx. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

''A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO'' - De pernas pro ar, Eduardo Galeano + Download livro em PDF

''O MUNDO AO AVESSO'' Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História. “Esse livro é uma patada em cima da outra”. E m “De Pernas Pro Ar”, Galeano exerce todo seu conhecimento da cultura e política da América Latina sob o olhar atento de alguém que, desde 1971, com “As veias abertas da América Latina” vem criticando a exploração de nossa sociedade pelo assim por Deleuze chamado de Capitalismo Mundial Instituído. O mundo ao avesso é um mundo trágico, onde tudo acontece, um mundo onde não há resistência e sim apenas conformidade e visões distorcidas, em outras palavras, a escola do mundo ao avesso é a "contra escola existente". "O mundo ao avesso gratifica o avesso: despreza a honestidade, ...

"A carta do povo", manifesto enviado ao Parlamento inglês em 1838

"A carta do povo", o manifesto enviado ao Parlamento inglês em 1838. "A carta do povo", símbolo da organização política operária inglesa.  A influência do cartismo A influência do movimento cartista foi, portanto, decisiva para o surgimento do "comunismo operário". O cartismo, por sua vez, testemunha o impetuoso surgimento da classe operária no cenário social europeu¹.  Glossário Censitário: critério que exige uma determinada renda particular do processo eleitoral. Subversivo: que expressa ideias e opiniões buscando a transformação da ordem estabelecida. Texto síntese e Org. Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Marx Blog. Postagem baseada na coleção: História, Editora: Iscipione. ¹ Referência utilizada da Introdução de: "Manifesto comunista" p.12. Editora: Boitempo. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Crea...