Pular para o conteúdo principal

MODA: Sapatos e a Revolução francesa

Os sapatos na mira da Revolução Francesa



A Revolução Francesa (1789) teve efeitos também na moda da Europa: linhas mais simples, vestidos tipo império e inspiração na tradição greco-romana – até os cabelos se tornaram mais curtos com a onda anti-monárquica e anti-nobreza. Ainda mais interessante é o efeito das ideias revolucionárias nos calçados femininos e masculinos.
A proposta era se vestir de maneira mais despojada e sem luxo (já vimos como isto durou pouco) e os saltos altos passaram a ser mal vistos pelos revolucionários. A moda na corte de Maria Antonieta era usar sapatos ricamente ornamentados com bordados e pedrarias, sempre com saltos altíssimos, tanto para mulheres quanto para homens (estes usavam saltos um pouco mais discretos). Com a Revolução, os sapatos se tornaram menos enfeitados, mais sóbrios, e os saltos abaixaram muito. Algumas mulheres usavam um saltinho de poucos centímetros, só para não perder o hábito.

Maria Antonieta, por exemplo, foi decapitada usando um modelo de salto modesto e sem detalhes – muito diferente dos modelos extravagantes que escolhia nos seus tempos de rainha. Como ninguém queria perder a cabeça, as damas e cavalheiros abriram mão dos calçados mais glamorosos. E este modismo não ficou só na França, os ingleses e italianos também aderiram e desceram dos saltos – como dizemos hoje.

Ela foi esposa do rei Luís XVI e, após a Revolução Francesa, foi guilhotinada no dia 16 de outubro de 1793.


Décima quinta e penúltima filha de Francisco I, Sacro Imperador Romano-Germânico, e da imperatriz Maria Teresa da Áustria, casou-se em abril de 1770, aos quatorze anos de idade, com o então delfim de França (que subiria ao trono em maio de 1774 com o título de Luís XVI), numa tentativa de estreitar os laços entre os dois inimigos históricos.

Sapatos de Maria Antonieta, leiloados em Paris.



_________________

Licença Creative CommonsAchei interessante e curioso o tema desta postagem, lembrando que o texto original é Via blog História hoje.
É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CHARGE: A indústria e a alienação do trabalho

A indústria e a alienação do trabalho A charge de Caulos, de 1976, apresenta uma crítica bem humorada ao processo de alienação do trabalho sofrido pelos operários nas fábricas. Fonte original: Caulos. Só dói quando eu respeiro. Porto Alegre: L&PM, 1976.p. 65. Digitalização: Fernanda E. Mattos, autora e colunista do blog Um quê de Marx. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional .

''A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO'' - De pernas pro ar, Eduardo Galeano + Download livro em PDF

''O MUNDO AO AVESSO'' Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História. “Esse livro é uma patada em cima da outra”. E m “De Pernas Pro Ar”, Galeano exerce todo seu conhecimento da cultura e política da América Latina sob o olhar atento de alguém que, desde 1971, com “As veias abertas da América Latina” vem criticando a exploração de nossa sociedade pelo assim por Deleuze chamado de Capitalismo Mundial Instituído. O mundo ao avesso é um mundo trágico, onde tudo acontece, um mundo onde não há resistência e sim apenas conformidade e visões distorcidas, em outras palavras, a escola do mundo ao avesso é a "contra escola existente". "O mundo ao avesso gratifica o avesso: despreza a honestidade, ...

"A carta do povo", manifesto enviado ao Parlamento inglês em 1838

"A carta do povo", o manifesto enviado ao Parlamento inglês em 1838. "A carta do povo", símbolo da organização política operária inglesa.  A influência do cartismo A influência do movimento cartista foi, portanto, decisiva para o surgimento do "comunismo operário". O cartismo, por sua vez, testemunha o impetuoso surgimento da classe operária no cenário social europeu¹.  Glossário Censitário: critério que exige uma determinada renda particular do processo eleitoral. Subversivo: que expressa ideias e opiniões buscando a transformação da ordem estabelecida. Texto síntese e Org. Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Marx Blog. Postagem baseada na coleção: História, Editora: Iscipione. ¹ Referência utilizada da Introdução de: "Manifesto comunista" p.12. Editora: Boitempo. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Crea...