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Charge de Diego Novaes. |
No mês de Abril, fazem 50 anos do golpe militar e reunimos alguns trechos e dados onde evidenciam e comprovam a existência de corrupção no período da ditadura.
Vejamos alguns dados:
TEXTO 1
A velha corrupção
Por Joemir em: O correio do povo
O ministro Armando Falcão, pilar da ditadura, chegou a dizer: “O
problema mais grave no Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais
difícil de caracterizar, punir e erradicar”. Com o AI-5, de 1968, a ditadura
dotou-se de mecanismo para confiscar bens de corruptos. A Comissão Geral de
Investigações, criada em 17 de dezembro de 1968, propunha-se a “promover
investigações sumárias para o confisco de bens de todos quanto tenham
enriquecido ilicitamente, no exercício do cargo ou função pública”. A
roubalheira correu solta durante todo o regime militar. Carlos Fico conta que,
entre 1968 e 1973, auge da ditadura, a CGI analisou 1.153 processos de
corrupção. Aprovou 41 confiscos de um total de 58 pedidos. Entre os
investigados ou condenados, “mais de 41% dos atingidos eram políticos
(prefeitos e parlamentares) e aproximadamente 36% eram funcionários públicos.
Num único ato, em 1973, chegaram ao Sistema CGI cerca de 400 representações ou
denúncias”. Seria o caso de dizer: nunca se roubou tanto no país quanto em
1973.
TEXTO 2
O combate à corrupção foi palavra de ordem durante
a ditadura. Nos porões do regime, porém, a ilegalidade prevaleceu.


Combater a corrupção e derrotar o comunismo: esses eram os principais
objetivos que fermentavam os discursos nos quartéis, às vésperas do golpe que
derrubou o governo João Goulart, em março de 1964. A noção de corrupção dos
militares sempre esteve identificada com uma desonestidade específica: o mau
trato do dinheiro público. Reduzia-se a furto. Na perspectiva da caserna,
corrupção era resultado dos vícios produzidos por uma vida política de baixa
qualidade moral e vinha associada, às vésperas do golpe, ao comportamento
viciado dos políticos diretamente vinculados ao regime
nacional-desenvolvimentista.
Animado por essa
lógica, tão logo iniciou seu governo, o marechal Castello Branco (1964-1967)
prometeu dar ampla divulgação às provas de corrupção do regime anterior por
meio de um livro branco da corrupção – promessa nunca cumprida, certamente
porque seria preciso admitir o envolvimento de militares nos episódios
relatados. Desde o início o regime militar fracassou no combate à corrupção, o
que se deve em grande parte a uma visão estritamente moral da corrupção.
Os resultados da moralidade privada dos generais foram insignificantes para a vida pública do país. O regime militar conviveu tanto com os corruptos, e com sua disposição de fazer parte do governo, quanto com a face mais exibida da corrupção, que compôs a lista dos grandes escândalos de ladroagem da ditadura. Entre muitos outros estão a operação Capemi (Caixa de Pecúlio dos Militares), que ganhou concorrência suspeita para a exploração de madeira no Pará, e os desvios de verba na construção da ponte Rio–Niterói e da Rodovia Transamazônica. Castello Branco descobriu depressa que esconjurar a corrupção era fácil; prender corrupto era outra conversa: “o problema mais grave do Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”.
Os resultados da moralidade privada dos generais foram insignificantes para a vida pública do país. O regime militar conviveu tanto com os corruptos, e com sua disposição de fazer parte do governo, quanto com a face mais exibida da corrupção, que compôs a lista dos grandes escândalos de ladroagem da ditadura. Entre muitos outros estão a operação Capemi (Caixa de Pecúlio dos Militares), que ganhou concorrência suspeita para a exploração de madeira no Pará, e os desvios de verba na construção da ponte Rio–Niterói e da Rodovia Transamazônica. Castello Branco descobriu depressa que esconjurar a corrupção era fácil; prender corrupto era outra conversa: “o problema mais grave do Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”.
TEXTO 3
O caso
da transamazônica
Por: Elder Dias
Fácil até começar. Conforme relata o livro de
Carlos Fico, para moralizar o país as 20 subcomissões da CGI tiveram de lidar
com casos de corrupção tão diversos como o aumento de salários da magistratura
e de membros do Tribunal de Contas do Paraná e o atraso de salários da rede
municipal de ensino de São José do Mipibu (RN); o adubo superfaturado comprado
pela Secretaria de Agricultura de Minas Gerais e a alta do preço da carne em
Manaus; cobrança de taxas escolares indevidas no Espírito Santo e
irregularidades na administração da Federação Baiana de Futebol.
Mas a população se envolveu. Assim como quando se multiplicou em “fiscais do Sarney” — o então presidente que, por ironia, se tornou um dos frutos mais viçosos que o período da ditadura ofereceria à política brasileira — pelo fim da inflação, acreditava que o fim da corrupção viria com a saga planejada pelos militares. “A força do discurso moral de combate à corrupção gerava simpatia em setores da sociedade, que encaminhavam, espontaneamente, denúncias à comissão”, relata Fico.
O problema é que os super-heróis do regime exorbitavam. Cometiam excessos variados e chegavam a se achar tão poderosos quanto a alta cúpula do governo, a ponto de criar atritos com diversos órgãos federais. Governadores se sentiram perseguidos.
Mas a população se envolveu. Assim como quando se multiplicou em “fiscais do Sarney” — o então presidente que, por ironia, se tornou um dos frutos mais viçosos que o período da ditadura ofereceria à política brasileira — pelo fim da inflação, acreditava que o fim da corrupção viria com a saga planejada pelos militares. “A força do discurso moral de combate à corrupção gerava simpatia em setores da sociedade, que encaminhavam, espontaneamente, denúncias à comissão”, relata Fico.
O problema é que os super-heróis do regime exorbitavam. Cometiam excessos variados e chegavam a se achar tão poderosos quanto a alta cúpula do governo, a ponto de criar atritos com diversos órgãos federais. Governadores se sentiram perseguidos.
Fascistas não passarão! Compartilhe nas redes a verdade sobre esse período corrupto e opressor.
TEXTO 1:
TEXTO 2
TEXTO 2
Síntese do texto: Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Marx.
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