O SUJEITO DE ONTEM E O DE HOJE: “Traços da mutação da sociedade moderna”.
O objetivo central da
obra de Dufour é discutir sobre a mutação da condição subjetiva pela qual a
sociedade perpassa, lembrando que autor considera sendo válida a ideia de que
estamos em uma “era pós-moderna” (Leia a parte I e a parte II para melhor compreender este texto).
Mas quais seriam as
características deste “novo sujeito”? E quais os fatores contribuíram para a
existência do mesmo? De modo breve e sucinto e a partir das ideias de Dufour,
vamos refletir sobre as implicações da existência de um possível “novo indivíduo”.
Há uma velha máxima
marxista em que diz: “para compreender o presente precisamos conhecer o
passado”, utilizando desta ideia, só conheceremos o novo sujeito a partir do
momento em que conhecemos a história do “velho indivíduo”.
O autor afirma que há
diferenças entre os dois momentos do indivíduo, um quanto “passado”, e o outro
sendo o de agora, o “novo”. O sujeito de “hoje” não é mais globalmente o mesmo
que se apresenta há uma geração, rápidas e contínuas transformações apanham o
sujeito de hoje (e em esferas múltiplas, como política, economia, cultura,
educação, mental).
Talvez você tenha se
perguntado, o que houve com a modernidade, para sermos sujeitos de uma nova
realidade (pós-modernidade)?
Como já mencionado, a
modernidade foi “superada”, as causas são diversas como: o fim de grandes
ideologias dominantes, desenvolvimento do individualismo, a diminuição deveres
do Estado, “era do reinado do dinheiro”, transformações na cultura, “modo de
vida em massa”, desejo de não envelhecer, e entre outros aspectos que
condicionam a existência da pós-modernidade.
E como fica o sujeito
nesta condição de superação do moderno?
Temos de primeira mão
um sujeito “submisso” a um outro sujeito, o mesmo o faz, o molda., “o homem é
uma substância que não tira sua existência de si mesma, mas sim de outro ser” p. 27.
Deste modo, “o cerne do
sujeito progressivamente dá lugar ao vazio do sujeito, um vazio aberto à todos
os ventos” (uma espécie de esgotamento da figura do outro).
Texto: Fernanda Eduardo Mattos, autora e colunista do blog Um quê de Marx. Postagem baseada no livro de Dany- Robert Dufour, “A arte de reduzir cabeças”. Capítulo I. Editora Companhia de Freud. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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