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O SUJEITO DE ONTEM E O DE HOJE: “Traços da mutação da sociedade moderna”. Parte III


O SUJEITO DE ONTEM E O DE HOJE: “Traços da mutação da sociedade moderna”.



O objetivo central da obra de Dufour é discutir sobre a mutação da condição subjetiva pela qual a sociedade perpassa, lembrando que autor considera sendo válida a ideia de que estamos em uma “era pós-moderna” (Leia a parte I e a parte II para melhor compreender este texto).
Mas quais seriam as características deste “novo sujeito”? E quais os fatores contribuíram para a existência do mesmo? De modo breve e sucinto e a partir das ideias de Dufour, vamos refletir sobre as implicações da existência de um possível “novo indivíduo”.
Há uma velha máxima marxista em que diz: “para compreender o presente precisamos conhecer o passado”, utilizando desta ideia, só conheceremos o novo sujeito a partir do momento em que conhecemos a história do “velho indivíduo”.
O autor afirma que há diferenças entre os dois momentos do indivíduo, um quanto “passado”, e o outro sendo o de agora, o “novo”. O sujeito de “hoje” não é mais globalmente o mesmo que se apresenta há uma geração, rápidas e contínuas transformações apanham o sujeito de hoje (e em esferas múltiplas, como política, economia, cultura, educação, mental).

Talvez você tenha se perguntado, o que houve com a modernidade, para sermos sujeitos de uma nova realidade (pós-modernidade)?

Como já mencionado, a modernidade foi “superada”, as causas são diversas como: o fim de grandes ideologias dominantes, desenvolvimento do individualismo, a diminuição deveres do Estado, “era do reinado do dinheiro”, transformações na cultura, “modo de vida em massa”, desejo de não envelhecer, e entre outros aspectos que condicionam a existência da pós-modernidade.

E como fica o sujeito nesta condição de superação do moderno?
Temos de primeira mão um sujeito “submisso” a um outro sujeito, o mesmo o faz, o molda., “o homem é uma substância que não tira sua existência de si mesma, mas sim de outro ser” p. 27.
Deste modo, “o cerne do sujeito progressivamente dá lugar ao vazio do sujeito, um vazio aberto à todos os ventos” (uma espécie de esgotamento da figura do outro).







Texto: Fernanda Eduardo Mattos, autora e colunista do blog Um quê de Marx. Postagem baseada no livro de Dany- Robert Dufour, “A arte de reduzir cabeças”. Capítulo I. Editora Companhia de Freud. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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