POR QUE BOA PARTE DO MUNDO ODEIA OS
ESTADOS UNIDOS?
“Que país é este que lê e cita Noam
Chomsky, lota suas palestras e dá maioria política aos alvos de suas críticas”?
[...] “como pode um país provocar tanto
ódio, a ponto de muita gente no mundo ficar feliz com ataques suicidas e
fanáticos contra eles”?
Leandro
Karnal, em: “História dos Estados Unidos”
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O ocorrido esta semana na Coréia do
Norte chocou boa parte do mundo, onde o embaixador norte-americano na Coréia do
Sul, Mark Lippert,
levou um corte no rosto, devido ao ato violento de um “homem
inicialmente” não identificado, que posteriormente teve seu nome e ficha criminal
expostos.
Utilizo desta notícia e principalmente do comentário feito pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) após o atentado, onde a mesma afirmou ter sido “um castigo justo e merecido pelos belicistas norte-americanos”.
Não sei pra vocês leitores, porém, da parte
de quem voz escreve nenhum espanto tive ao ver o relato da agência coreana. É
fato que a declaração está carregada de certo ódio e eu diria de muito
ressentimento, como todos sabemos a história oferece motivos para isso, mas a
questão título ainda não foi respondida, afinal, por que os coreanos, ou boa
parte do mundo odeiam os EUA?
Compreender este sentimento é uma tarefa
complexa e extensa por demais, mas aqui de modo breve espero expor algumas
questões e situações para que possamos refletir sobre a indagação central desta postagem.
O que nos leva a cultivar o sentimento de
ódio? Deve estar claro que para isso precisa existir “motivos”, certo? -Bom , ao menos em
pessoas relativamente "saudáveis da mente", isso é o mais comum de se ocorrer. Que tal eu reformular o a questão-título para a seguinte: - “Quais motivos a Coréia do Norte e boa
parte do mundo teriam para odiar os Estados Unidos”? Há uma forte ideia de
satanização aplicada aos EUA, ao mesmo tempo cabe lembrar que também existe uma certa idolatria
pelo modelo de vida que levam os “yankees”, mas nos atenhamos somente na
primeira, "a idealização negativa".
Caro leitor (a), você já parou para pensar
que talvez possa haver motivos que explique (nunca justifique) tal ato de intolerância, asco, ou ódio propriamente dito? Seria
devido aos fatos passados? Seria a história a acusar isso? Tendo o século XX
como pivô, onde a partir de 1945, o mundo passou a ver a nação norte-americana
com “outros olhos”, sendo a mais nova e potente nação vilã e seu imperialismo
arrogante e de políticas externas irredutíveis. Pensando um o cenário dos últimos quinze anos, então, poderia ser pela
política externa no Oriente Médio e as más relações da Família Bush e o
petróleo nestes territórios? Que motivos têm o Vietnã, Hiroxima, Nagasaki,
Afeganistão e a América Latina para tanto ressentimentos?
Continuo insistindo nas indagações...Seria
pelos atos dos EUA perante o protocolo de Kyoto? Seria pelo fato deste país ser o
maior poluente do mundo em lixos tóxicos e maior emissor de dióxido de carbono? Enfim, as indagações estão longe de cessarem.
Que aqui fique claro à todos que não defendo
a alimentação do ódio e muito menos atos extremos culminantes em violência terror, pois, o objetivo deste texto está longe de de ser fomente para o ódio e sim conduzi-los a reflexão
de se realmente há motivos para odiarem os Estados Unidos, mas aí a reflexão fica
por conta de cada um. Não cabe a mim induzir nenhuma conclusão, somente a
reflexão.
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Paolo Mantegazza foi um neurologista, fisiologista e antropólogo italiano. |
Texto:
Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Marx. Texto baseado na
obra: História dos Estados Unidos, Leandro Karnal e Orgs. Editora: Contexto.
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