REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: ''Transformações da sociedade e nas relações de trabalho''- Parte I
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Litografia colorida de Alphonse Dauseau mostra a cidade de Lymington, na Inglaterra por volta de 1840. A presença das fábricas começa a alterar a paisagem rural. |
A partir do início do século XIX, o processo de industrialização e urbanização acarretou profundas transformações na estrutura da sociedade inglesa.
Os que mais sofreram com o processo de adaptação ao novo ritmo de vida e trabalho foram os operários urbanos. As dificuldades de adaptação dessas pessoas aumentavam em rezão das precárias condições de moradia e saneamento em razão das cidades. A nascente classe média urbana era formada por grupos ligados às atividades industriais, comerciais e financeiras e, também, por profissionais como advogados, médicos, professores. A classe média foi muito beneficiada pela Revolução Industrial.
Mudanças nas relações de trabalho
Mudanças nas relações de trabalho
Com a revolução industrial, as relações de trabalho também sofreram profundas transformações. Os artesãos, que antes possuíam as matérias-primas e os instrumentos de trabalho, passaram à condição de trabalhadores assalariados, vendendo sua força de trabalho para os capitalistas, donos dos meios de produção e detentores dos lucros obtidos. O artesão foi perdendo, assim, a autonomia da produção doméstica, que ele obtinha por meio de seu próprio trabalho, com a ajuda de alguns aprendizes ou de sua família. Essa transformação não se deu de forma imediata, pois, até a segunda metade do século XIX, ainda existiam muitas produções domésticas artesanais, mas suas importância se tornou pequena se comparada à produção industrial mecanizada.
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Gravura de 1884.Costureiras trabalhando em uma linha de produção. Autor desconhecido, 1884. Coleção particular. Foto: Bettmann/Corbis/Latinstock. |
O novo modelo de produção requeria total submissão à disciplina da fábrica, impondo uma rotina monótona e regular. A divisão do trabalho e a mecanização da produção aumentavam os rendimentos do capitalista, ao mesmo tempo em que desqualificavam o trabalho do produtor direto, impondo o trabalhador a repetição de movimentos cada vez mais simplificados. Os salários permaneciam baixos e o risco de desemprego era constante.
Os operários
As condições de vida dos operários ingleses eram bastante difíceis. Por receberem baixos salários, eles eram obigados a habitar moradias precárias. Além disso, o custo do transporte era muito alto, o que os forçavam a morar em bairros próximos as fábricas, convivendo diariamente com a poluição entre outros problemas.
Mesmo tendo uma rotina extenuante de trabalho, os operários encontravam tempo para o lazer, como ir às feiras, frequentar teatros e praticar esportes. Nas feiras, as pessoas tocavam instrumentos musicais, cantavam, dançavam e jogavam cartas. No século XIX, surgiram vários teatros voltados para a classe trabalhadora, que, passaram a frequentá-los nos momentos de folga. Havia também a prática de esportes, como a corrida, a luta e o futebol.
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Gravura de Gustavo Doré, 1872. coleção particular. Gravura do século XIX, representa pessoas em um bairro pobre na cidade de Londres. |
Texto síntese e Org. Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Marx Blog. Postagem baseada na coleção: História, Editora: Iscipione. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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