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Bertolt Brecht: "Ó Alemanha, pálida mãe!"


Utilize os poemas de Bertolt Brecth em suas aulas! - #02 "Ó Alemanha, pálida mãe!"

Nuremberg, Alemanha, 1938.  Esta fotografia foi tirada por Hugo Jager, que era o fotógrafo pessoal de Adolf Hitler.

ALEMANHA


“que outros falem da sua vergonha,
eu falo da minha”.
  
Ó Alemanha, pálida mãe!
Como apreces machada
Entre as nações
Entre os imundos
Te destacas.

De teus filhos o mais pobre
Jaz abatido
Quando sua fome era grande
Teus outros filhos
Ergueram a mão conta ele.
Isso ficou notório

Com as mãos assim erguidas
Erguidas contra seu irmão
Passeiam insolentes à tua volta
E riem na tua cara.
Isto é sabido.

Em tua casa
Grita-se alto mentira
Mas a verdade
Tem que calar.
Então é assim?

Por que te louvam os opressores em roda, mas
Os oprimidos te acusam?
Os explorados
Te apontam com o dedo, mas os exploradores elogiam o sistema
Engendrando em tua casa!

E nisso te veem todos
Esconderes a barra do vestido, ensanguentada
Do sangue do teu
Melhor filho.

Ouvindo as falas que vêm da tua casa, rimos.
Mas quem te vê, corre pegar a faca
Como à vista de u facínora.

Ó Alemanha, pálida mãe!
Como te trataram teus filhos
Que assim apareces entre os povos
Um escárnio e um pavor!






Esta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.








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