A revolução
é remédio em dose cavalar: uma sociedade quebra os próprios ossos a marteladas,
arrasa estruturas, convulsiona instituições, transforma o regime da propriedade
e redistribui seus bens, orienta a produção segundo outros princípios, buscando
aumentar-lhe, o mais depressa possível, o índice de crescimento, e, no instante
mesmo da mais radical destruição procura reconstruir, procura das a si mesma,
com enxertos de ossos, um novo esqueleto.
O remédio
é drástico. Frequentemente é preciso impô-lo pela violência.
O extermínio
do adversário e de alguns e de alguns aliados não é inevitável. Manda a
prudência, porém, que estejamos preparados para ele.
JEAN-PAUL SARTRE EM: FURACÃO SOBRE CUBA
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