Ensaio
sobre a pena de morte
Quando uma
pessoa ou um grupo delas mata alguém, porque a vítima era criminosa ou
marginal, está cometendo um grave erro. O homicídio não resolve os problemas
individuais ou sociais, mas, longe disso, é fonte de problemas. Aquele que
matou deverá responder por seu ato homicida e será punido por ele, pois só o
Estado tem o direito e o dever de julgar e punir os criminosos, dentro da lei e
da justiça, retirando o criminoso do meio da sociedade para ensiná-lo a
respeitar os valores humanos e sociais, o que não acontece nas cadeias
brasileiras, embora essa seja a proposta.
Uma
questão muito importante, que precisa ser lembrada porque está diretamente
relacionada com o direito à vida, é a existência da pena de morte em muitos
países. Antes de tudo, a pena de morte é contraditória,
pois, ao aplicá-la em alguém que não respeitou
direitos humanos fundamentais, o Estado também
estará desrespeitando esse direito fundamental, que é o direito à vida. A pena
de morte é imoral, pois para a sua aplicação o Poder Público deve contratar
alguém para matar, ou seja, paga uma pessoa, usando dinheiro público, para
cometer um assassinato legal. Além disso, a experiência mostra que a pena
de morte é inútil, pois nos países em que ela existe as criminalidades
consideradas graves continuam altas, como é o caso dos Estados Unidos. Em
sentido contrário, onde ela foi abolida, a criminalidade não aumentou, como aconteceu na
Inglaterra.
No
Brasil a pena de morte é proibida pelo Constituição, que adota o princípio da
inviolabilidade do direito à vida. É oportuno lembrar que no século XIX havia
pena de morte no Brasil. Ela passou a ser proibida depois de um caso
escandaloso de erro do Judiciário. Um homem foi acusado de ter cometido um
crime violento e por isso foi condenado à morte. Depois de executada a pena surgiram provas de que
tinha havido um erro, pois o verdadeiro criminoso era outra pessoa, que
confessou o crime. Assim, a par de todos os
vícios e inconvenientes da pena de morte existe mais esse: se ela for executada
injustamente não há como voltar atrás. Esse é mais um dos aspectos considerados
no estudo do direito à vida e de sua proteção.
É preciso também ter em conta que a repetição de crimes contra a vida pode
gerar a ideia de que a vida não é um bem muito importante, e com isso todas as
vidas passam a ser menos respeitadas.
Texto síntese: Adaptado por Matheus Ramos, livro “Direitos Humanos
e Cidadania”.
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