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PENSADORES: Mundo e modernidade

Historicamente a modernidade é fruto das revoluções burguesas que colocaram em xeque quase todas as instituições convencionais, não mais a religião como referência da verdade, com seu deus que não conseguiu sustentar o geocentrismo; não mais o rei como um enviado de deus e depois de Luis XVI guilhotinado, o despotismo passou a ser esclarecido. 


Nietzsche anunciou a morte de deus, Darwin desmistificou a condição humana jogando por terra o criacionismo cristão e Freud cindiu o eu revelando que em nós há outro eu que deseja coisas que nós mesmos reprovaríamos.

A terra não é o centro do mundo, o homem não é imagem e semelhança de deus e não tem controle nem sobre si mesmo.

A ciência se torna dona da verdade e a laicização do estado separa as esferas pública e privada. Tudo em nome da razão, da técnica e do progresso. A única fé que prevaleceu nos ilustrados é a fé no progresso.


O Iluminismo foi o projeto mais ambicioso e mais otimista da história da humanidade: Hobbes se esforçou para mostrar que a necessidade do estado não é religiosa, mas tem fundamentos racionais; 
Descartes disse que o homem iria dominar a natureza, curar todas as doenças e responder todas as perguntas. 

Montesquieu mostrou que não é justo que um rei invente a lei, execute a lei e puna quem ele achar que deve e ainda esteja acima da lei, o lema iluminista inclui igualdade, todos estão abaixo da lei constituída pelo próprio povo, por isso a necessidade de três poderes autônomos e não hierárquicos.

Voltaire afirma a necessidade do estado laico para que se efetive a liberdade de crença, de expressão: “discordo de tudo o que dizes, mas lutarei até a morte por seu direito de dizeres!” “O mundo só será feliz quando o último padre morrer enforcado com as tripas do último rei!” E as revoluções foram feitas, França, Inglaterra e a Independência Norte Americana.

A colonização era um bom negócio, mas a escravidão contrariava todo o discurso iluminista, sobrou a África e as recém unificadas Itália e Alemanha chegam atrasadas na partilha do bolo e não se contentaram com as migalhas, vêm as guerras, toda a técnica acumulada encontra um escopo e as bombas atômicas fecham um ciclo. Cria-se a ONU e aparentemente as guerras esfriam, cai o muro de Berlim e o neoliberalismo tecnocrata prevalece até que as torres encontram aviões e o ocidente, com seu maniqueísmo aprendido em desenhos animados como o super-homem se intitula o bem, em detrimento do oriente, que se torna o mal. Mas o petróleo do ocidente não dá conta do american way of life e a China aprendeu a jogar e pode acabar provando que não é a democracia que gera o tal bem estar social.














Texto: Overmundo, clique aqui e acesse.
Edição imagens e síntese: blog um quê de Marx.

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