BREVE HISTÓRICO DA ORIGEM DO TERMO “BÁRBARO”
A expressão surgiu entre os gregos antigos, que chamavam de bárbaro qualquer estrangeiro. Os primeiros a serem "presenteados" com o termo foram os persas, por volta do século 5 a.C. Para os gregos, os idiomas guturais (com a maioria dos sons produzidos na garganta) dos persas tinham sons parecidos com "bar-bar-bar" - daí a origem da palavra. Mas a expressão ficou famosa mesmo por volta do século 1 a.C., quando os romanos passaram a chamar de bárbaros todos os povos nômades ou seminômades do norte da Europa que viviam além das fronteiras imperiais. Nos relatos dos inimigos romanos - poucos grupos bárbaros sabiam escrever -, os bárbaros entraram para a história como sujos, sanguinários, primitivos e incontroláveis. Mas o fato é que eles eram relativamente civilizados, morando em pequenas aldeias, cultivando cereais e criando gado. Esses povos viveram numa boa com os romanos até o século 4, quando uma horda de hunos vindos do leste invadiu a Europa, pressionando os outros povos a entrar pelas fronteiras do Império Romano. A sucessão de invasões tem seu ápice no ano 476, quando o último imperador é deposto e um chefe bárbaro assume o título de rei de Roma. Por meio do contato com os romanos, muitos povos bárbaros absorveram sua cultura e seu idioma, o latim. Como cada uma dessas tribos falava latim de maneira diferente, surgiram ao longo do tempo várias línguas diferentes, ainda que aparentadas, como o espanhol, o francês e o nosso português. A formação de reinos e a divisão política da Europa que a gente conhece hoje também começou a nascer na época das invasões bárbaras.
''DO SELVAGERISMO À CIVILIZAÇÃO''- Estágios do desenvolvimento do homem¹
Engels
elenca três fases (estágios) para explicar o desenvolvimento da sociedade,
sendo: a) o estudo selvagem; b) a barbárie; c) a civilização como tal.
Subdivisão esta que é oriunda do nível de desenvolvimento e progresso em
relação as técnicas, meios de subsistência, e entre outras formas de
organização e sobrevivência.
O estado selvagem- fase inferior-
(também chamado como “a infância do gênero humano”) se dá na condição mínima de
organização do homem, onde os mesmos ainda viviam em árvores, sem alimentavam
de frutas, raízes.
Infância
do gênero humano. Os homens permaneciam, ainda, nos bosques tropicais ou
subtropicais e viviam, pelo menos parcialmente, nas árvores; só isso explica
que continuassem a existir, em meio às grandes feras selvagens. Os frutos, as
nozes e as raízes serviam de alimento; o principal progresso desse período é a
formação da linguagem articulada.
Dentro desta mesma fase, há a “fase média”, uma forma
mais desenvolvida de existência e organização humana, que se refere a mudança
alimentares, como pesca, eis que homem descobre o fogo, começa a empregar “técnicas
primitivas” na criação e utilização de artefatos de pedra (sem polimento), a
descoberta de novos lugares e entre vários outros fatores. E por fim, a fase superior corresponde do estágio selvagem ao nível ainda mais elevado de
desenvolvimento, começa a aparecer sinais mais efetivos do progresso em relação
as técnicas, surge o invento do arco e flecha.
O arco e a flecha foram, para a época selvagem, o que a espada de ferro foi para a barbárie e a arma de fogo para a civilização: a arma decisiva.
A barbárie- fase inferior- nesta
fase há a introdução da cerâmica na vida humana, começa a ser desenvolvida a
domesticação dos animais, o cultivo de plantas, o fluxo de migração se torna
mais intenso e constante (migração continental). A fase média apresenta
desenvolvimento bastante importante para o homem, que é o cultivo de culturas,
nesta fase a agricultura começa a ser explorada, e a criação de animais e sua
domesticação nesta fase se intensificam ainda mais.
Inicia-se com a fundição do minério de
ferro, e passa à fase da civilização com a invenção da escrita alfabética e seu
emprego para registros literários. Essa fase, que, como dissemos, só existiu de
maneira independente no hemisfério oriental, supera todas as anteriores juntas,
quanto aos progressos da produção. A ela pertencem os gregos da época heroica,
as tribos ítalas de pouco antes da fundação de Roma, os germanos de Tácito, os normandos do tempo dos vikings.
Engels ressalta que não é possível apresentar precisamente a passagem da barbárie à civilização devido ao contraste que há entre as duas (estágio selvagem e barbárie), mas o autor faz útil o termo de Morgan², caracterizando o estágio “selvagem” sendo o período de transição, onde o homem domina/apropria do que a natureza oferece.
Não é nem um pouco difícil compreender que Engels está totalmente calcado na teoria evolucionista do homem, logo, já pode se imaginar a controvérsia deste posicionamento, principalmente relacionado com a religião, onde há choque de interpretação.
OPINIÃO: ''OS ANTIGOS NOVOS BÁRBAROS''
E ao pensar nos estágios de desenvolvimento do homem, nada me faz desacreditar que HOJE somos os BÁRBAROS que fomos ontem, e que ainda por cima, somos incapazes de assumir tal fato. "Somos bárbaros" nos mais amplos sentidos, que iniciam com pequenos atos variando até os mais extremos.
E ao pensar nos estágios de desenvolvimento do homem, nada me faz desacreditar que HOJE somos os BÁRBAROS que fomos ontem, e que ainda por cima, somos incapazes de assumir tal fato. "Somos bárbaros" nos mais amplos sentidos, que iniciam com pequenos atos variando até os mais extremos.
________
¹ Estado
Selvagem. — Período em que predomina a apropriação de produtos da natureza,
prontos para ser utilizados; as produções artificiais do homem são, sobretudo,
destinadas a facilitar essa apropriação.
Barbárie. — Período em que aparecem a criação de
gado e a agricultura, e se aprende a incrementar a produção da natureza por
meio do trabalho humano.
Civilização. — Período em que o homem continua
aprendendo a elaborar os produtos naturais, período da indústria propriamente
dita e da arte.
² (1818-1881): Morgan,
Lewis Henry- Cientista americano, historiador da sociedade primitiva,
materialista espontâneo. Considerado um dos
fundadores da antropologia moderna, fez pesquisa de campo entre os iroqueses,
de onde retirou material para sua reflexão sobre cultura e sociedade.
Texto
síntese: Fernanda Eduardo Mattos, autora e colunista do Blog um quê de Marx. Postagem
realizada sob obra: A origem da família, propriedade privada e do Estado. F. Engels,
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