“O dinheiro que parece fazer dinheiro” O livro I de O Capital, sobre o processo de produção, sobre o que se passa no local de trabalho, chama a atenção para a relação da exploração (a extorsão do mais-valor nos porões do mercado, onde se elucida o prodígio do dinheiro que parece fazer dinheiro, fertilizar a si mesmo em mistério tão fantástico quanto a imaculada conceição). O PRODÍGIO: “DINHEIRO, QUE PARECE FAZER DINHEIRO” Esse fato advém da separação entre o trabalhador e seus meios de produção, entre o camponês e a terra, entre o operário e as máquinas e ferramentas, transformadas e propriedades exclusivas do patrão. A forma simples de circulação das mercadorias é M-D-M, vender para comprar. Mas há outra forma, completamente distinta: a forma D-M-D, comprar para vender. O dinheiro que percorre este último círculo é capital. A forma D-M-D faz sentido apenas se existir um ganho. Caso contrário, mais valeria manter o dinheiro inicial, em vez de o expor ao r...